Vamos falar de arte

Mesmo com pouco incentivo,
ações proporcionam diálogo cultural fora das salas de aula

Não tem como, você acaba se envolvendo, se apaixona e dá seus dias para a causa.

A fala da produtora do Clube Osquindô, Débora Santos, deixa transparecer a satisfação de quem ama o que faz e compartilha sobre o cotidiano no lugar onde a imaginação toma forma. O clube é um desses cantos que fazem os olhos saltar. Quem passa por ali não consegue ignorar a presença do espaço, que apresenta logo de cara uma irreverente intervenção de grafite. Com sede em Passagem de Mariana, o clube é uma organização de cunho cultural que desenvolve projetos para e com crianças e adolescentes da região de Mariana e Ouro Preto.

A extensão do trabalho do grupo é tamanha que Débora perde o fôlego: "Temos muitas ações concluídas e em andamento. O Rua Brincante, projetos como o Nossas Histórias, o Observatório Jovem, o Loucos por Leitura, o Cinegodofredo, várias oficinas e programas para estímulo e envolvimento cultural dos jovens e da comunidade", explica, mostrando panfletos sobre cada um deles. Mas não dá para negar, o pulmão daqui é a Osquindoteca".

Osquindoteca, dispositivo que permite à organização respirar livremente, é o ambiente onde o conceito do clube se torna visível e palpável. Um cômodo de médio porte, muito colorido, simulando um mundo fantástico, repleto de livros e brinquedos didáticos. O convite é claro - vamos ler. Aberto por seis horas diariamente, recebe visitantes durante todo o tempo: crianças que estão saindo ou indo para a escola, pais que trazem os filhos para um momento descontraído e educativo, professores com suas turmas e outros curiosos, famintos por leitura. 

O projeto mais recente, Loucos por Leitura, veio espalhar ainda mais, e de forma mais eficiente, o conceito do espaço da Osquindoteca, que visa o fácil acesso a livros. Em atividade há sete anos, a associação dispõe de tantos títulos e premiações quanto de livros nas estantes. "A gente é muito lúdico por aqui e procura passar isso sempre. O importante é o despertar imaginário", Débora continua, sorrindo com a ideia que transparece - é delicioso fazer parte desse projeto.

Iniciativas como as do Clube Osquindô se alastram como podem pela região. Seja por iniciativa privada ou pública, a democratização artística e cultural acontece por várias mãos, e segue apresentando novos mundos às mentes de crianças e jovens.

O Cine Vila Rica, em Ouro Preto, articula diversos projetos de extensão, por meio dos quais a linguagem cinematográfica estabelece uma via de entretenimento e produção. As iniciativas visam alcançar toda a comunidade e propõem a simples ideia de que cinema nos é mais íntimo do que imaginamos. O Conversando Cinema, por exemplo, promove debates acerca de filmes e diretores, convidando quem participa a refletir sobre aspectos intra e interpessoais. 

O enriquecimento das ideias, quando atribuídas ao coletivo, é inegável, ao passo que cria um espaço onde, por meio de um denominador comum, um indivíduo alcança o outro em sua subjetividade. Tudo assim, com propostas visuais e semânticas em produções da sétima arte.

Luz, câmera, ação!

Foto: Luana Barros

A parceria com escolas é outra atividade, que recebe turmas de estudantes para sessões gratuitas, estreitando laços entre a tela e a imaginação. Ainda visando uma democratização cinematográfica, o Cine Teatro Vila Rica vai além e busca não só atiçar o consumo cultural, mas também a criação. Isso se dá com o projeto de produção de curtas, que se dá com as criações de alunos do ensino básico das cidades de Ouro Preto e Mariana. A iniciativa torna-se uma prática educativa, fazendo do cinema uma ferramenta de aprendizagem.

A coordenadora da ação, Lâne Mabel Soares, agrega bolsistas do curso de Jornalismo e Artes Cênicas. "O objetivo é levar crianças e adolescentes a criarem o gosto pela sétima arte e entenderem um pouco como funciona o processo de realização de material audiovisual, passando a ser os autores e atores do tema que escolhem desenvolver." Sobre o processo, Lâne conta que os bolsistas vão às escolas, enriquecem a noção de audiovisual com os alunos e os trazem ao cinema em seguida para debater sobre o que foi trabalhado.

O programa está a todo vapor. No momento, a equipe de bolsistas trabalha com estudantes do 7º ao 9º ano, em duas escolas, a Municipal Padre Carmélio, em Ouro Preto, e a Municipal de Lavras Novas. Num primeiro instante, o trabalho ocorre em torno das observações desses alunos a respeito da narrativa de um filme e suas influências. Sobre a experiência oferecida aos jovens, Moises Mota, voluntário atuante em diversas ações do Cine Vila Rica, diz que não há nada mais justo que construir um diálogo entre a academia e a comunidade que a recebe. "A produção é formidável, pois favorece o papel de formação de jovens às artes", opina. A previsão dos resultados audiovisuais é para dezembro desse ano.

O CineOP, Mostra de Cinema de Ouro Preto, por exemplo, abre e encerra suas atividades no característico ambiente do Cine Teatro Vila Rica, com dezenas de sessões e debates. De 17 a 22 de junho, a cidade foi tomada pela aura inigualável que trouxe o cinema da 10ª edição do evento. Além da oportunidade de entretenimento, a mostra promoveu ações voltadas para a educação e democratização cultural, como o Cine-Escola, programa gratuito. Por meio da exibição de filmes, seguidos de debates, tudo desenvolvido de forma personalizada, cria-se um estímulo para a formação do indivíduo, favorecendo o acesso e enfatizando a importância da preservação do patrimônio cinematográfico brasileiro. O uso do audiovisual como método de aprendizagem interdisciplinar pretende promover uma discussão do público estudantil de diversas faixas etárias, a partir das produções nacionais.

"Este ano, cerca de três mil alunos participaram do projeto", conta a diretora da Universo Produção e coordenadora geral da CineOP, Raquel Hallak. Assim como a atividade do Cine Vila Rica, a iniciativa por parte do CineOP visa não só o envolvimento da comunidade, das escolas, dos educadores e dos alunos, mas também o estímulo do processo criativo de todos. "O consumo da arte e, mais especificamente, do cinema é determinante para despertar nas futuras gerações este desejo."

Ações como essas resultam em variados benefícios, como, por exemplo, a sanção da Lei Federal nº 13.006/14, que foi desenvolvida a partir de debates realizados no contexto da Mostra de Cinema de Ouro Preto. A lei obriga a exibição de longas e curtas brasileiros nas escolas de ensino básico, fazendo do espaço uma porta de entrada do cinema brasileiro para as crianças e, por extensão, suas famílias. A atenção legal dada a uma forma de democratização cultural com a função de legitimá-la importa muito para problematizar a questão da vivência da arte.

Confira alguns projetos da região 
que trazem as crianças para perto da arte 

Se você não consegue conferir ao vivo um dos projetos de arte e educação da região, pode fazer iniciativas caseiras, como instrumentos musicais, para inserir as crianças nesse universo. Confira:

Da necessidade de experimentar

Foto: Igor Capanema

O professor Davi de Oliveira Pinto, do Departamento de Artes Cênicas da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), atua na formação de professores de teatro. Pesquisador do chamado espectador teatral e do diálogo entre música e teatro, ele coordena o programa de extensão Media Ufop, que desenvolve intervenções artísticas no Museu da Escola de Minas e passeios culturais com duas escolas de ensino público. "A arte, para mim, é um jeito de ver e ouvir o mundo, o outro, a si mesmo, uma maneira singular de conseguir unir razão e emoção, informação e intuição. Ela é uma aventura que pode nos levar a uma atitude mais sensível, crítica e criativa diante da vida, do cotidiano e da própria arte."

Ao refletir sobre a importância da arte no ensino básico, Davi defende a possibilidade de uma formação continuada para os educadores que, em sua maioria, são mulheres. "Elas já cantam, dançam, desenham, pintam quase todo dia e, muitas vezes, fazem trabalhos lindos, que se perdem pela falta de uma compreensão de tudo isso como modos de expressão artística que são também processos de conhecimento da arte como elemento constituinte da cultura. As crianças deveriam fazer, assistir e refletir." Ao trazer a reflexão artística e cultural para o cotidiano escolar, segundo Davi, a comunidade estaria toda envolvida nas mudanças positivas.

A convivência cultural, quando ofertada e experimentada de fato, cria novos mundos e sensações para todos os olhos, mesmo e principalmente para aqueles que se dizem desentendidos do assunto. Existem algumas propostas atuantes na região que levam a arte para as ruas, proporcionando uma experiência interativa.

Uma nova proposta de arte é a do artista plástico Jorge Fonseca, o Fiotim. O conceito do projeto propõe uma experimentação de arte contemporânea de forma inesperada. Fazendo menção ao museu a céu aberto, Inhotim, o Fiotim revela, num trailer vivo em cores e elementos, a forma como o personagem Jorge K, apresentando releituras em miniaturas de 40 obras, entendeu o Centro de Arte Contemporânea instalado em Brumadinho. Segundo Jorge Fonseca, a ideia surgiu de uma conversa. "Perguntei pra um amigo que mexe com coisas de lá como estava Inhotim. Daí ele respondeu que estava igual Aparecida do Norte, com tudo aquilo de camelô e souvenirs." A partir daí, tudo foi sendo criado naturalmente: a construção de um personagem peculiar com um histórico à beira do realismo fantástico, que visitou Inhotim e fez arte popular com o que entendeu.

A figura de Jorge K é simbólica. Sua apresentação é extravagante, com direito a um traje verde água, cartola e várias jóias. Sob a ótica dele, a arte contemporânea toma ares cotidianos, próximos, exagerados. O trailer, que inicialmente seria apenas uma barraquinha, carrega a energia e irreverência da arte itinerante, mesclando a familiaridade de parques com a fascinação dos circos. A instalação é realizada em lugares abertos e recebe os visitantes com repertório de Sidney Magal e Wando. "A coisa é popular, entende? As releituras das obras são feitas de forma tosca, com direito a jardim com flores de plástico na entrada. Os elementos são muito naturais para as pessoas. Alguma coisa ali vai lembrar alguém de alguma coisa da própria vida - há sempre uma ligação afetiva."

Segundo Jorge, a ideia do Fiotim é a aproximação, fazer quem visita fazer parte do que vê. Completando vinte anos de carreira esse ano, a intenção com o projeto era o contato, ir para a rua e correr mundo - quanto maior a identificação de quem visita, melhor. Como artista e pai, Jorge acha essencial que o elemento artístico esteja presente no cotidiano da juventude. "Acho importante mostrar a arte como um universo possível, principalmente para as crianças. É um elemento que abre caminhos, porque desenvolver a criatividade faz desenvolver tudo o mais. A disciplina artística na escola, por exemplo, deveria ser levada mais à sério, deixar de ser aquela matéria que passa fácil", riu. "O ensino deveria ser total. Quanto mais cedo esse contato acontecer, mais rico é."

O Fiotim interrompeu as atividades temporariamente devido ao período de chuvas, mas tem grandes chances de retornar no Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana, que acontece entre os dias 8 e 19 de julho.

Brincando de teatro

Foto: Bruno Arita

Seguindo o mesmo intuito de proporcionar um espaço e momento para vivenciar a esfera artística, o Grupo Residência Teatro e Audiovisual de Ouro Preto trabalha na popularização do elemento cênico. Um dos integrantes do grupo, Julliano Mendes, fala sobre o alcance da iniciativa e da recepção da atividade.

Como surgiu o grupo Residência?

Julliano - O grupo Residência nasceu do encontro de alunos graduandos do Curso Superior de Artes Cênicas da Ufop. Seu lançamento oficial ocorreu no festival paralelo ao Festival de Teatro de Curitiba de 2001, com o espetáculo "Os Cadernos", livre adaptação de "Os Cadernos de Malte Laurids Brigge", de Rainer Maria Rilke. Seguiram-se outras oito montagens até 2015.

Qual sua principal proposta e como ele atua?

O Grupo Residência acredita que fazer teatro contemporâneo numa cidade como Ouro Preto é uma forma de alimentar o potencial advindo do passado com uma estética que aponte para o futuro, acreditando que o choque entre o velho e o novo valoriza ambos. Trabalha, paralelamente, com a linguagem audiovisual. Em 2005 lançou, em parceria com o Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, sete curtas-metragens inspirados em tópicos do Estatuto da Criança e do Adolescente e este foi seu trabalho mais específico para o público escolar.

Como enxerga o consumo cultural da região?

Ouro Preto é uma cidade que produz muita cultura, seja nos festivais estabelecidos (Festival de Inverno, CineOp, Mimo, Tudo é Jazz, Fotógrafos em Ouro Preto, Para Gostar de Teatro, e outros) seja porque a própria cidade é um importantíssimo equipamento cultural. Contudo, a população usufrui muito pouco da cultura produzida, normalmente porque não se sente pertencente à cidade turística, o que vejo mais como um problema de auto-exclusão que de exclusão. Mesmo o estudante universitário, acho que consome pouco a cultura produzida na região. Portanto, acho que uma noção fundamental para o público local é a ideia de pertencimento.

Democratizar a arte é uma ação importante? De que maneira o grupo Residência estimula democratização e pertencimento cultural?

O Grupo Residência realiza, juntos com outros grupos e artistas da região, o Festival Para Gostar de Teatro, que se concentra exatamente na ideia de democratização das artes cênicas em bairros e periferias da cidade, voltando-se principalmente para o público local. O Para Gostar de Teatro inspira-se, conceitualmente, no projeto de literatura Para Gostar de Ler, que oferece grandes autores da língua portuguesa em um formato mais acessível, o formato de pequenos contos de humor. O evento já foi realizado sete vezes e já passou pelas cidades de Ouro Preto, Mariana, Nova Lima, Ipatinga, dentre outras.

A arte no ensino básico das escolas, na sua opinião, é relevante?

Muito relevante, porque a escola básica é o primeiro fórum de formação do ser social.

Na escola e fora dela

Foto: Igor Capanema

O desenvolvimento artístico como parte da grade curricular se dá, na realidade, por linhas tortas e passos lentos. O estímulo por parte do governo ainda não é eficiente para fazer da medida uma rotina no ensino básico. O tema foi tomado como disciplina curricular em 1996, mas ainda não recebe plena atenção. A professora de arte da Escola Municipal Marília de Dirceu, Nirce Mol Dueli, leciona desde 2003, com um breve afastamento para trabalhar na Faop, Fundação de Arte de Ouro Preto. Sua aspiração é conseguir uma sala para a matéria, que, atualmente, é dada apenas para alunos do 8º ano. "A proposta da aula não é compreendida muito bem pelo corpo docente e administrativo. Eles não entendem que toma espaço e tempo. Daí temos que trabalhar da forma que der", conta, compartilhando que traz o próprio material para uso coletivo.

Aulas no espaço fora do perímetro da escola não são possíveis ainda, uma vez que as turmas não são facilmente controláveis e é preciso uma equipe para melhor assistência e monitoramento externo. "Eu aproveito a visão de uma sala logo ali, e faço uso de exercícios de observação", explica, ao apontar para um cômodo que dá para uma vista privilegiada do Bairro Antônio Dias. Vários painéis estão espalhados pela escola com os trabalhos realizados. No próximo semestre, a graduanda em Pedagogia pela Ufop, pretende trazer Picasso e Tarsila do Amaral para os alunos, além de querer propor algo a partir dos chafarizes de Ouro Preto.

Nirce discorre sobre a percepção de outros professores, que consideram sua aula bagunçada. "Quando um aluno vem me contar sobre isso, fico querendo ainda mais uma sala. A produção de arte precisa disso: um espaço. Eles já ficam impressionados com as coisas que os alunos produzem com o pouco que tem. Digo a eles o quanto posso surpreender se me derem um cantinho." A receptividade dos alunos, segundo a pedagoga Cláudia Susana Cristino e a própria Nirce, é mais que positiva. Segundo elas, as crianças se empolgam cada vez mais a cada encontro. "Criar é sair da mesmice e minhas turmas sempre gostam dos resultados", aponta.

A pedagoga Cláudia relata que, pela dificuldade de sair da escola para atividades externas, as atividades culturais são propostas mais frequentemente dentro das disciplinas. "É complicado tirar o aluno da escola, mas o fazemos na medida do possível." Ela conta que muitos estudantes participam dos projetos oferecidos pela Faop, localizada nos arredores da escola. "Na casa de Marília (personagem do poema árcade Marília de Dirceu), não há como não respirar cultura", aponta um possível estímulo invisível presente no lugar.

Vizinha cultural, a Faop impulsiona a produção e vivência artística de diversas crianças, principalmente através de parcerias com escolas públicas da região. Os programas oferecidos atualmente são o Mais Cultura, Mais Educação, ARO e Escola de Tempo Integral. Dentro deles, a fundação disponibiliza o próprio espaço para complemento do horário regular das escolas. Nas turmas de "Práticas Artísticas", por exemplo, os jovens são convidados a explorar o universo das artes plásticas e visuais, do patrimônio cultural, e, eventualmente, do teatro e da música.

A coordenadora do Núcleo de Artes da instituição, Rachel Falcão, sente pesar pelo fato de a atividade se concentrar no espaço físico da fundação. Mudanças que interfiram nesse quadro, no entanto, podem acontecer no próximo semestre, devido à nova gestão. "Queremos a participação efetiva das escolas na construção de um programa de atividades artísticas e culturais que melhor atenda a cada escola, considerando sua realidade e necessidades específicas, bem como o contexto da comunidade em que ela está inserida", explica.

O resultado observado até agora, segundo Rachel, é mais que positivo, uma vez que as trocas experienciadas favorecem os alunos em outras áreas da vida, como a socialização. Além disso, na medida que os programas vão acontecendo, são revelados artistas nas diversas linguagens experimentadas: bordado, pintura, gravura, música, entre outros. O desafio é fazer com que isso se expanda para dentro da comunidade.

O trabalho realizado pela Faop modifica a vida dos jovens que por lá passam. "O potencial da arte na vida de uma pessoa, de uma criança, é enorme. E não me refiro apenas ao desenvolvimento da capacidade de expressão artística, mas ao potencial criativo de uma maneira mais ampla", pensa Rachel, que acredita que a concepção de arte ocupa as próprias relações e espaços de vida, fazendo com que os resultados transbordem do âmbito institucional e se espalhem no universo cotidiano.

Há transversalidade no desejo de manifesto artístico em públicos cada vez mais jovens, e, por isso, a possibilidade de experimentação cultural se realiza de diversas maneiras na região. O pensamento da coordenadora da Fundação conversa com a crença de Débora, produtora do Clube Osquindô - ao observar a mudança, não há como não querer fazer mais pelas crianças.

CRÉDITOS

Texto: Anna Flávia Monteiro
Foto da capa: Luana Barros
Fotos: Igor Capanema, Luana Barros e Bruno Arita
Design: Fabiano Alves
Audiovisual: Ádrean Larisse

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