Letícia Caldeira

Repleto de referências étnicas como estampas geométricas, animal print, metais e elementos sci-fi, o conjunto visual remete à ancestralidade africana juntamente com um olhar sob o futuro, criando uma identidade própria e singular.

O pioneiro e maior representante da estética afrofuturista foi o poeta, jazzista e “filósofo cósmico” Sun Rá. O artista possuía psicodelia intrínseca na forma de vestir, onde misturava tecidos diversos e acessórios metálicos que faziam referência ao Deus egípcio Rá.



Cabelos descoloridos, óculos futuristas, muitos metais e makes nos tons de azul e roxo são códigos visuais dos adeptos ao estilo:



No começo do século surge um novo estilo inspirado na estética afrofuturista: o afropunk. Nascido no Brooklyn, o afropunk subverte a lógica tradicional do punk provindo da Inglaterra – são adicionados elementos típicos de raízes africanas. Moicanos roots, piercings étnicos, creepers, listras e padronagens tribais caracterizam os amantes da tribo-hit.




No Brasil, o fotógrafo carioca Bruno Gomes se especializou na estética afrofuturista. O culto à ancestralidade através do empoderamento da mulher negra é característica que permeia todo seu trabalho. Em entrevista, Bruno afirma o papel da valorização da cultura negra. "[o feminismo negro] se faz necessário porque a sociedade sempre deixa as mulheres negras de lado. Meu trabalho é exatamente esse. Empoderar mulheres".


As rappers e militantes feministas Karol Conká e Tássia Reis são representantes brasileiras do afrofuturismo: