Wigde Arcangelo
O afrofuturismo é um movimento artístico surgido na metade do século XX que tenta abordar, a partir do realismo fantástico e da ficção científica, a condição do negro. O termo aparece pela primeira vez no artigo Flame Wars: The Discourse of Cyberculture do teórico Mark Dery na década 1990, e abrange diversas áreas da arte que trabalham questões afro-americanas sob o olhar do futurismo.
O próprio ato de imaginar um futuro possível para os negros é um reflexo da pouca representatividade desse grupo. A crítica surge pungente com os assassinatos de negros por políciais americanos, o que faz do movimento uma fuga de um presente quase inóspito para um grupo acostumado a ser retratado de forma negativa.
Porém o afrofuturismo não se limitou aos Estados Unidos, suas influências ultrapassaram as fronteiras e chegaram também no Brasil. Nas diversas áreas artísticas, nomes como Fábio Kabral, Ellen Oléria, Maria Freitas e Bruno Gomes colocam as marcas de suas cores, ancestralidade e espiritualidade em suas obras.
Essa é a primeira parte de uma grande matéria divida em outros sete desdobramentos, confira:
Janelle Monáe e The ArchAndroid - A saga de Cindi Mayeweather
O Afrofuturismo na Música Brasileira
Entrevista: Fabio Kabral - O autor do livro Ritos de Passagem nos conta um pouco sobre sua obra
O Cinema Afrofuturista - As influências do Blaxploitation e o Brasil
#OscarsSoWhite - Por que o cineasta negro não é reconhecido?
A Moda Afrofuturista
O Afrofuturismo nas Artes Gráficas
